quinta-feira, 11 de junho de 2009

"A gente perde a razão"



ENTRE A BOMBA E A BOLINHA
Deborah em 2003, com 20 quilos a mais, e agora: remédio para encorpar ou emagrecer, nunca mais.

Revelada aos 15 anos em Confissões de Adolescente, Deborah Secco era um retrato das inseguranças típicas da idade retratada na série. Achava-se "magrinha, de pernas finas e flacidinha". Sonhava com um corpo cheio de curvas. Em 2002, na tentativa de encorpar, um mês antes de começar a gravar a novela O Beijo do Vampiro submeteu-se a um regime de malhação pesada e injeções que continham hormônio de crescimento (GH) e um anabolizante feito com testosterona sintética, muito usado por fisiculturistas. Isso até onde ela sabe, já que a "bomba" havia sido indicada na academia que frequentava. "No primeiro mês, fiquei com formas incríveis. Nos três meses seguintes, o corpo continuou bonito, mas eu me sentia sonolenta e mal-humorada. Procurei um médico. Ele disse que minha tireoide estava funcionando mal, mas não levei a sério", relata Deborah, que fala com franqueza incomum sobre os abusos a que submeteu seu corpo. "A partir daí, comecei a engordar rápido e ganhei 20 quilos. Não sei até que ponto as injeções ajudaram a detonar o problema de tireoide, mas hoje não acredito mais em modificações físicas em tempo recorde."
Para tentar reverter o ganho de peso, Deborah tomou a outra mão no caminho das substâncias controladas: apelou para supressores de apetite como a anfepramona, da família das anfetaminas, que pode causar dependência. Segundo estatísticas divulgadas pela ONU em 2008, o Brasil é o terceiro maior consumidor mundial desse tipo de estimulante, atrás dos Estados Unidos e da Argentina. No caso de Deborah, o medicamento não surtiu efeito rápido. "Troquei por outro inibidor de apetite, que me deixou deprimida. Eu chorava e comia mais ainda. Tinha vergonha de assumir as besteiras que havia feito. Ia ao médico e não contava que tinha tomado tanta coisa", confessa. O processo de descontrole durou mais ou menos um ano, período em que sua ideia fixa era emagrecer. "Achava que se continuasse engordando poderia prejudicar minha carreira para sempre. A gente entra numa autoexigência doentia, perde a razão", diz. Depois de artifícios ineficientes como passar dias alimentando-se só com sopa ou um tipo de fruta, diz que enfim conseguiu emagrecer com a dieta prescrita por uma nutricionista. Hoje, faz pilates "todo dia, religiosamente", e combate a flacidez, ainda que imaginária, com tratamentos do tipo encontrado em consultórios dermatológicos. "Fico com a sensação de estar cuidando de mim, me faz bem. Psicologicamente, adianta muito", diz Deborah do alto de seu corpo espetacular, de uma psique mais equilibrada e do casamento marcado com o jogador Roger. "Toda semana alguém me aparece com um remédio novo, que promete emagrecer 5 quilos e secar a gordura em um mês. Eu falo: não toma. Se fosse verdade e não fizesse mal, todo mundo estaria usando."

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